quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Sem-curso

No dia
Em que o céu caiu
Errôneos planetas
Eclodiram em uníssono
E,
Ao fim de tudo,
Vastas galáxias
Sem-tom
Rumaram seu
Sem-curso
Rumo à escuridão
Sombria
Do quase-infinito...
:........:

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Romance astral

No mais ermo local
Sob ácido temporal
Azul baía de coral
Pelo estreito canal
Entre falésias do litoral
Tectônicas placas no mar abissal
Perdidos recônditos da floresta tropical
Paradoxa divisão continental
Induzido desequilíbrio ambiental
Inexorável aquecimento global
Sulfúreo vulcanear matinal
Nebulosa cósmica espacial
Remoto recanto atemporal
Cabalística base piramidal
Massacrada paz celestial
Consentida dor universal
E no céu rajado
Velado sinal
Transcendental
Lá vem o Bem
Braços e abraços
Com o Mal
Cúmplices laços
De um romance astral
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Há quem diga que o mundo vai acabar em 10 dias. Outros dizem simplesmente que ele está recomeçando. De qualquer forma, esta quarta-feira é dia 12 de dezembro de 2012, ou 12/12/12, e há quem acredite que o mundo começa sua fase de “términos” a partir de hoje. Para quem ainda não reparou 12/12/2012 são os mesmos números ao contrário de 21/12/2012, data marcada para o “fim do mundo”. Entre aniversariantes do dia e numerólogos, muitos creem que, acabando ou não, a fase traz novos começos.
É só lembrar que a data de hoje está finalizando uma sequência numérica que não vai se repetir por muito tempo, afinal, não temos o mês 13, portanto essa é a última vez no milênio que iremos repetir os mesmos dígitos em dia, mês e ano.
Para os que seguem a crença de que o mundo está começando sua reviravolta a partir desta quarta-feira e pretendem se preparar para o fim de velhos tempos, seguem algumas dicas. Perdoe a si mesmo e aos outros. Livre-se de pesos desnecessários, sejam eles sentimentos ou ações que pesam na vida. E abra o coração, pois sem amor, ninguém é nada, e nada não se torna coisa alguma nessa vida.
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Hoje fiquei sabendo que vou ser vovô

sábado, 3 de novembro de 2012

A queda do céu


O fim está próximo
Prenda sua respiração e conte até dez
Sinta a rotação da Terra
Ouça os segundos passando
Mais lentos que
O palpitar
Do meu coração

O fim está próximo
É o fim para isto
E para tudo
Aquilo
Esmeradamente construído
Grão a grão
Marquises não mais protegem
Bunkers não guardam
Casamatas expõem
O meu peito angustiado
Fatigado 
Mas nunca derrotado

Na queda do céu, 
Enquanto ele se desfaz
Recomeçaremos nós 
Eu e você
Daqui a milhares de quilômetros de distância
Onde mundos absurdos colidem 
E desafortunados dias são escuros
Estranhos
Poderão ter o meu telefone
Poderão saber o meu nome
Mas nunca terão a minha confissão
Nunca terão o meu coração

Aonde você vai, eu vou
O que você vê, eu vejo
Você sabe que nunca seria eu
Sem que a segurança
De meus braços 
Pudessem proteger-te de todo o mal

Coloque assim 
A sua mão na minha mão
E assim permaneceremos
Enfrentaremos juntos
O que sobrar
Da queda do céu
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Skyfall 


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Artérias_estradas





Fio
Frio
Limo
Varal
Caminho
Estreito
Distância
Longa
Erva
Hera
Sidreira
Lameira
Jiboia
Enrosca
Caça
Coça
Coração
Músculo
Espeta
Massa
Bate
Briga
Apanha
Perde
Ganha
Artéria_Estrada
Complicada
Arriscada
Ponte
Gasta
Margem
Firme
Lá fora
Real
Noite
Clara
Chuva
Ou
Temporal
:......:

sábado, 2 de junho de 2012

Poeminha abstrato

 
Fino
Traço
Fio
Abstrato
Rostos
Pedaços
Baços
Estilhaços
Cacos
Entrelaço
Ligo
Laço
Estradas
Passo
Caminho
Refaço
Queda
Braço
Fio
Aço
Dia
Noite
Céu
Espaço
:......:

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Olhos brilhantes




Vestes
Esfarrapadas
Fétida
Corja
À caça
N’agora
Velada
Praça
Olhos Brilhantes
Radiante
Mistura
De céu e mar
Amada
A quem prometera
Curar
Proteger
Além das cercas
Da luz
À margem
Do bem
E do mal
:
Ela...
Doente
Da Lua
Sem conseguir resistir
Nem confiar
Sem medo de errar
Nem apontar
De arma em punho
Tiro certeiro
Aprendera
A atirar
:
N’agora
Velada
Praça
Antes amado
Jaz
Deformado
Na mão
Fria
A cura
Prometida
Perdida
Em frágil frasco
Ao chão
Derramada
:
Olhos Brilhantes
Adiante
Ao caos
Se submete
Às trevas
Se perde
Temida
Em vestes
Esfarrapadas
Desfila
Líder nata
A corja
Conclama
Não teme faróis
Atira a esmo
Come carcaça
Extermina
Em massa
Sem pena
Até de sua própria
Raça
:
No que restava
Do que chamavam
Mundo
A filha
Insana
Do pecado
Emboscada
Entregue ao
Caos
Da própria sorte
Ferida de morte
Agoniza
Agora
Aos pés imundos
Dos seus algozes
Famintos
De sua carne
Abundante
De seu cérebro quente
De seu coração valente
De sua mão certeira
De seus
Olhos brilhantes...
:...........:

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sonho de consumo



Quando ela vem
Dô um tapa no visú
Me arrumo
Me perfumo
Me aprumo
Ar sóbrio
Assumo
Será que ela
Não vê??
Vou ter que
Desenhar
Encenar
Apontar
Fazer um roteiro
Um mapa
Um resumo...
E,
Quando ela
Mete o pé
Segue o seu rumo
Bebo
Fumo
Me desarrumo
Saio do prumo
Lá se foi
O meu sonho
De consumo
:.............:

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Muro pichado













Toda a minha alquimia imperfeita
A minha angústia
Embalada em feltro verde musgo
A minha transparência
Traduzida para japonês em braille
A minha inteligência rotulada
A minha vigilância perturbada
A minha regra violada
A minha paz guerreada
A minha compreensão vigiada
A minha embriaguez reparada
A minha bondade avaliada
A minha crença profanada
A minha excentricidade exacerbada
A minha prepotência consumada
Toda a minha paciência esgotada
Todo o meu bem
Mal curado
O meu protesto
Contestado
O meu equilíbrio
Desregrado
O meu silêncio
Ignorado
O meu sussurro
Silenciado
Todo o meu
Muro pichado
Borrado
Hachura
Viva
Sobre cinza pálido
Expõe
Plavras que confundem
Convardia com bondade
Inteligência com curiosidade
Interesse com atenção
Verdade com mentira
Sim
Com
Não...
:............:

quinta-feira, 29 de março de 2012

Realiza

Projeta
o sublime
planta
e cuida
aprende
e apreende
caminha
caminhante
tarde noite
estrelas vigia
cedo madruga
trilha segue
pássaro canta
ensolara
o dia
enluara
a tarde
chove
molha
seca
resta
ousa
dia a dia
realiza
:............:
Atualizado em 10.3.17

sábado, 17 de março de 2012

Diferença

Diferente
do preto,
branco,
amarelo giz,
azul marinho,
verde mar,
magenta...
do outonal laranja
do crepuscular turqueza
do incandescente vermelho
das cores de todas as flores
milhares delas
refletidas
no meu espelho
:.
Diferente
mas, às vezes,
a diferença fere,
outras
é aparentemente indiferente
mas, será
que existe alguém
que na indiferença
esconde
o que sente?