terça-feira, 14 de junho de 2011

Arraiá do Sapo



Roda a roda

Arde o fogo

Bate a zabumba

Serpenteia a sanfona

Chora a viola

De corda

Desperta

O frio da noite

Estrelada

Terreiro de barro

Pisado

Arco enfeitado

De mato

Arraiá do Sapo

Insaciáveis

Crianças carameladas

Manhas contidas

Jovens mães

Solteiros pais

Viúvas vós

Gurias travessas

Em desinibidas

Saias rodadas

Xotes, xaxados e babados

Marcando a roda

Rastando o pé

Comendo pó

Bebendo bem

Brindando à Lua

Pela rua

Até a fogueira esfriar

Até a zabumba cessar

Até a criança parar

De chorar

Até a guria

Se escafeder

Até o cansaço

Vencer

E...

Sem mais poder...

Num canto qualquer

Morrer

E só querer

Renascer

Quando

Amanhecer...
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