quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sê feliz!!!!!!!!



Não pera
nem para
a vida
não cala
rola
essa bola
não enrola
entra de sola
esfola
descola
cola
ou volta
pra escola
nem vem
com esse papo
(que saco!)
tenta crescer
o mundo não
vai parar
pra você descer
se não der
já é
sai de ré
mete o pé
mas, antes
pensa:
cadê aquela crença
intensa?
revira
se vira
faz!
deixar pra lá
é pra incapaz
só vai piorar
se não tentar
recomece do zero
nem que tome ferro
encare
desbanque
afunile
vê se não dá mole
figurativamente rebole
faça-se
de rio e mar
correnteza e maré
amar é
não encolher
é esticar
abraçar
escolher avançar
até a rota
traçar
de graça
não tem graça
o bom é na raça
mas se mesmo assim
a muralha não desabar
se avexe, não!
plano "b" em ação
(como não?)
pega o teu barco
rema com afinco
firme no leme
olho no muro
logo ali
teu porto seguro
teu farol
arrebol
jasmineiro
e luar
não pera
nem para
a vida
não cala
contorna a muralha
pede bis
segue com fé
sê feliz!!!
:.........................:

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Enquanto uma guitarra...


Ao longe
Uma guitarra chora
Descompassada
Aqui ao lado
Vejo o amor
Que dorme em você
O solo da guitarra martela
O cérebro
Reparo em coisas
Sem sentido
Não sei porque
Ninguém mais
Te pediu para
Antever
Entender
Não sei como
Compraram
E venderam
Você
A guitarra não para
De tocar
Solar
E eu olhando
O mundo
Que continua
Girar
E girar
Sonho..............
Eu, um músico
Toco uma música
Para alegrar
Distrair
Viajar
E, a minha guitarra
Faço
Gentilmente
Chorar...
:....................:

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Perdas e ganhos



Lá
Bem lá em cima
Na quarta estrela
À direita
Da constelação
Órion
Nem bem
Chegou
Baixou
E já começou
Tocar
O terror
:
Por aqui
Um cometa
Passou
Um vendaval
Abalou
Seu rastro
Deixou
E o que ficou
Marcou
Efêmera divertida viagem
Curta abreviada passagem
Desse que
Nasceu criança
Se fez bebê
E se foi
Fiote...
:....................................:
Poucos viram a passagem do cometa chamado Fiote.
Mas, quem viu, não vai esquecer nunca mais...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O navegante

Hoje eu quero navegar

Até o horizonte

Alcançar

Em sua praia

Quebrar

De Norte a Sul

Oceano

Mar Azul

Brancas nuvens

Avistar

Constelações

Apontar

Nos céus

Da Ilha da Lua

Nua

Carregada

Com o silêncio

Do mar

.

.


Hoje eu quero navegar

Me lançar

Por águas mansas

E rasas

Por mares

E marés

Sem prumo

Ou direção

No rumo da ida

Maresia

Calmaria

Sem vela

Ou timão

Tempestade

Correnteza

Turbilhão

Vagalhão

.

Hoje eu quero navegar

Ao longe

Avistar o

Horizonte

Sem medo

Nem razão

Me perder à deriva

Me encontrar na imensidão...

:...............:

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Infinita highway

Engenheiros do Hawaii
Composição: Humberto Gessinger

Você me faz correr demais
Os riscos desta highway
Você me faz correr atrás
Do horizonte desta highway
;
Ninguém por perto, silêncio no deserto
Deserta highway
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar
;
Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos, nem objetivos
Nós estamos vivos e é tudo
É sobretudo a lei
Dessa infinita highway
;
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu não tinha nada, nada a temer
Mas eu tinha medo, medo dessa estrada
Olhe só, veja você
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor
Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava
E à noite eu acordava banhado em suor
;
Não queremos lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos aprender o que sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos a lei
Da infinita highway
;
Escute, garota, o vento canta uma canção
Dessas que a gente nunca canta sem razão
Me diga, garota: será a estrada uma prisão?
Eu acho que sim, você finge que não
Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão
;
"Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre"
Se tanta gente vive sem ter como comer
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde vai parar
Estamos vivos, sem motivos
Que motivos temos pra estar?
Atrás de palavras escondidas
Nas entrelinhas do horizonte dessa highway
Silenciosa highway
;
Eu vejo um horizonte trêmulo
Eu tenho os olhos úmidos
Eu posso estar completamente enganado
Eu posso estar correndo pro lado errado
Mas "a dúvida é o preço da pureza"
É inútil ter certeza
;
Eu vejo as placas dizendo
"não corra, não morra, não fume"
Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes
;
Minha vida é tão confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional
Escute, garota, façamos um trato:
Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato
;
Eu posso ser um Beatle, um beatnik
Ou um bitolado
Mas eu não sou ator
Eu não tô à toa do teu lado
Por isso, garota, façamos um pacto
De não usar a highway pra causar impacto
;
Cento e dez, cento e vinte
Cento e sessenta
Só prá ver até quando o motor agüenta
Na boca, em vez de um beijo,
Um chiclet de menta
E a sombra do sorriso que eu deixei
Numa das curvas da highway
:.......................:
no comment

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Testemunha ocular



Leio

Frases que sufocam

Sensação de ser

Sem ser

Percorro

Abissal dissonante

Descrente descubro

Confuso traduzo

Ondas em círculo

Pedra atirada

Afogada

Espelho d’água

Chuva não basta

Sudoeste arrasta

Inverno

Invade

Sem cerimônia

À porta bate

Cheiro de arruda

Manjericão

Bromélia selvagem

Cálido vinho

Ficção

Happy end

Onde tudo

Se encaixa

Volto à janela

Entreaberta

Concreta

Incerta

Me vejo

Incrédulo

Testemunha ocular

Sem saber

Como começou

Sem imaginar

Onde vai dar

Segue o mundo

Por um triz

Por um fio

Tênue

A girar

:..........................................:

Por que da minha janela o mundo não está arrumadinho como no final dos meus livros?...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Menino rato



No canto mais obscuro
Do mais fétido beco
Imundo
Do mundo
Prolifera...
;
Mente doente
Carente
Os trapos que lhe
Cobrem
Escondem
A dignidade
Que lhe resta...
;
Os restos
Migalhas
Que disputa
Fim de feira
Fim de festa
Fim de ano
Fim da linha
Fim da estação
Humilhação!...
;
Menino rato
Parido nas sombras
Filho sem pai
Como não?...
;
Injustos natais
Festivais
Carnavais magistrais
Campanhas monumentais
Cartas capitais...
;
Injusta iluminada
Cidade
Que lhe ignora
Bandida rendida
Sociedade
Filha da puta
Que lhe chuta...
;
Menino rato
Próspera
Indústria da miséria
Pobreza que enriquece
Vende sonho de
Criança
Travestido
De esperança...
:........................:

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Do vento



Ventos
Que divertem
Que assustam
Que batem portas
Esvoaçam cortinas
Destelham casas
Ventos que
Envolvem
Conduzem
Arrastam
Se aventuram
Em incólumes montanhas
E despencam
Em vorazes precipícios
Ventos que
Arrepiam
Rodopiam
Desinibidas saias
Empinam
Coloridas raias*
Assoviam esquinas
Invadem festas
Penetram frestas
Sondam
Indiscretas janelas
Ventos que
Apressam idas
Atrasam partidas
E que
Secam lágrimas
Nas despedidas
Ventos que
Desgrenham cabelos
Eriçam pelos
Acendem
Apagam
Ventos que
Anunciam boas novas
Inspiram trovas
Antecedem tempestades
E, nos fins de tarde
Fazem o catavento
Girar
Sem parar
Ventos que
Ventam
Movem
O ar
Ventos que
Levam poeira daqui
E trazem poeira
De lá...
:.........................:
(*) Raia é um tipo de pipa (ou papagaio em algumas regiões), sem a rabiola. Aqui no Rio de Janeiro, é muito comum na área da grande Niterói.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Dorme ruazinha... é tudo escuro



Texto:Mario Quintana
Ilustração: Elizabeth Teixeira

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Dorme, ruazinha...

É tudo escuro...
E os meus passos,

quem é que pode ouvi-los?
Dorme o teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões,

com teus jardins tranqüilos
;
Dorme...

Não há ladrões, eu te asseguro...
Nem guardas para acaso persegui-los...
Na noite alta, como sobre um muro,
As estrelinhas cantam como grilos...
;
O vento está dormindo na calçada,
O vento enovelou-se como um cão...
Dorme, ruazinha...

Não há nada...
;
Só os meus passos...

Mas tão leves são
Que até parecem, pela madrugada,
Os da minha futura assombração...

:.............................:

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Iminente risco

Um aviso

Venta

Goteja

Cinza

Sombra

Chuva

Barro

Barraco

Insólita

Base de mato

Inefável

Chão de sopapo

Inglória

Cama de trapo

Temor do óbvio

Maldito

Iminente

R i s c o

Lacera a alma

Em vis

E cruéis gemidos

Descalço

Escorre lama

Silêncio rasga

Assombra

Pasma

E sangra

E soterra

E traga

Esquina do nada

Com dureza

Expõe a dor

Sem piedade

Suprime histórias

De vida

Sem ternura

Destrói

Casos

De amor...

:.......................:

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Manhã



A
manhecia

Nada havia

Diferente

De tudo que já

Existia

O que lia

O que assistia

Tudo igual

Mesmices do dia a dia

Por mais estranho

Que parecia

Nada lhe estarrecia

Em estúpido berço

Jazia

Esperava

O que nem ele

Sabia

Quando viria

Ou mesmo

Se chegaria

Ou, se chegasse,

Se lhe bastaria

Enquanto sua barba

Crescia

Lá fora

O mundo corria

Tsunamis,

Terremotos,

Guerras,

E temporais

Entardecia...

:.....................:

Leia também: "Tarde"

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tocando em frente


Composição: Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia.
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
e no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

:......................:

sábado, 24 de abril de 2010

Sei lá



Cadê aquele

sorriso

estampado

que

na retina

deixei

decorado

: ? :

Cadê aquele

perfume

cativo

que

libera o

sentido

e até hoje

fica comigo

: ? :

Cadê aquele

olhar

sincero e profundo

Aquele olhar

mais lindo

do mundo

: ? :

Cadê aquele

jeito de cuidar

de embalar

de acalmar

: ? :

Cadê aquele abrigo

Amigo

Fiel

Âncora

Amante

Presente

Sei lá...
:......................:

segunda-feira, 1 de março de 2010

Ciclo



Assim
Como um longo livro
Que se termina de ler
Uma intensa história
Que se acaba de contar
Fecha-se um ciclo
Vou me despedir de amigos
Rasgar papéis antigos
Esvaziar armários
Arrumar gavetas
:
Assim
Como um instigante livro
Que se acaba de comprar
Uma desafiante história
Vai iniciar
Outro ciclo
Vai começar
A qualquer momento
Se formar
Quero sacurdir a poeira
Convocar toda minha
Experiência
Precisar de muito mais
Paciência
Querer que se acendam
(e se mantenham acesas)
As lamparinas
Da minha inteligência...
:.......................:

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Des_amparo



Não quero o tempo
Que me tomba
Não quero o medo
Que me ronda
Nem quero a brisa
Que me sonda
Quero a sorte
De chegar
Quero a saudade
De voltar
Quero a vontade
De seguir
;
Não quero ter
Sem ser
Não quero saber
Sem aprender
Não quero ler
Sem querer
Não quero a dor
Sem o corte
Não quero a vida
Sem norte
Também não prefiro
A morte...
;
Não quero
A mentira
Não quero
Utopias
Quero olho no olho
Quero o sonho vivido
Dividido
Quero ser santo e bandido
Quero a história recontada
Recitada
Quero ir do pranto
Ao encanto
Um tanto ser criança
Ter esperança
Da chuva
Quero a dança
Da tempestade
A bonança...
;
Quero ter
Nada
Que me pare
Ser
Nada
Que me separe
Até que a vida
Me repare
Até que a sorte
Me ampare...
:........................: