terça-feira, 25 de novembro de 2008

Agora



Supernova explodindo
Berço astral
Elétrons colapsando-se
Chocando-se aos prótons
Originando-se os nêutrons
Singularidade espaço-tempo
Buracos Negros
Insondáveis
Na imensidão
Indevassável do Universo
:.
E aquela luz estelar
Me faz viajar
O que haverá
Logo após o infinito?
Seriam os deuses
Astronautas?
E imaginar que
A estrela de outrora
É apenas um brilho
Agora
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São tão remotas as estrelas que,
apesar da vertiginosa velocidade da luz,
elas se apagam e continuam a brilhar
durante séculos (...)
(Euclides da cunha in Mundos Extintos)

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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Entre copos...



Uma noite
tão banal...
Essas cervejas
tão geladas
E esse silêncio
rondando
insondável
mistério
E essas poucas luzes
que só fazem
tremeluzir
confundir
E esse desassossego
que me toma
Essa ausência
indefinida
que me invade
E mais alguns copos
e a vida é boa
é insuperável
algo assim
inenarrável
confortável
recostar-se na cadeira
tomar mais um gole
e dizer para
quem quiser ouvir
como é bom estar aqui
e saber que
mesmo
nesse momento
mesmo que
só em pensamento
estás tão pertinho
de mim...
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tim-tim!!!
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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Rabiscos



Traço
constato
te sinto
não minto
vôo
não sôo
divago
não trago
medito
acredito
no infinito
pouso
sem repouso
invento
sem lamento
fomento
falo
calo
talho
no embalo
danço
o pranto
meu canto
desfiro
rabiscos
cabeça
na lua
bela
nua
imito
a cor da rosa
no verso
em prosa
maldigo
maldito
sem dito
nem escrito
cifro
meu s.o.s.
segredo
complexo
indigesto
rabisco
sem piedade
a crua
verdade
sou
mais um
falido
transatlântico
no mar
da intranquila
idade...
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Como diz o Zé Ramalho em seu Falido Transatlântico:
Somos na verdade milhões de transatlânticos falidos em pleno, em pleno mar da tranqüilidade (...)"

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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Coisas que eu sei




Danni Carlos
Composição: Dudu Falcão

Eu quero ficar perto
De tudo que acho certo
Até o dia em que eu
Mudar de opinião
A minha experiência
Meu pacto com a ciência
Meu conhecimento
É minha distração...
:.
Coisas que eu sei
Eu adivinho
Sem ninguém ter me contado
O meu rádio relógio
Mostra o tempo errado
Aperte o Play...
:.
Eu gosto do meu quarto
Do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer
Na minha confusão
É o meu ponto de vista
Não aceito turistas
Meu mundo tá fechado
Pra visitação...
:.
Coisas que eu sei
O medo mora perto
Das idéias loucas
Se eu for eu vou assim
Não vou trocar de roupa
É minha lei...
:.
Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais
Depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem lembro
Do que eu desenhei...
Coisas que eu sei
:.
Não guardo mais agendas
No meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos
Que eu não sei usar
Eu já comprei...
:.
Às vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo
Mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre
Quando tô a fim...
:.
Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
São coisas que antes
Eu somente não sabia...
:.
Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia...
:.
Agora eu sei...
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Sem comentários
Feliz niver pra mim
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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Sexta-feira



Aquele instante...
lindos olhos...
desvio a atenção
troco a vírgula
tiro o ponto
inventar palavras
na mesa do bar
me deixa tonto
sexta-feira
tulipa suada
vista embaçada
cinzeiro lotado
banheiro cotado
mais um?
escuro!
escrevo
um pouco mais
ficou de mais
não sei quanto
apago um tanto
foge o texto
falha a rima
molha tudo
troca a toalha!
farpas,
faíscas
piadas
risadas,
gargalhadas
engasgadas
olhares descartados
devassados
engraxate
biscate
guardanapo
queijo
vinho
seco ou suave?
serve gelado!
bolinho
belisco
petisco
limão
caipirinha
magrinha, lindinha
não tá sozinha
embora que hora?
agora!
gorjeta
sarjeta
sem culpa
desculpa
na prova dos nove
me sobrou um engov
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um brinde à sexta-feira... hic... hic...!
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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Máquina do tempo




Às vezes fico imaginando como seria bom ter uma máquina do tempo...
Apertar alguns botões coloridos e assistir o espaço-tempo entrar num loop que permitisse presente e passado de se encontrarem.
Não, não estou falando de uma máquina do tempo “comum”...
Falo em imagens e sons retornando numa velocidade constante me levando de encontro ao aconchego do ventre materno, mas, até chegar lá, eu pudesse ir acompanhando pela janela do tempo vivido os episódios marcantes da minha vida.
Que eu pudesse reviver choros e derrotas e perdas... mas que, acima de tudo, redesfrutasse das vitórias e glórias, não só das minhas, mas das de todos aqueles que atravessaram o meu futuro.
Outras vezes fico imaginando que poderia não ser muito bom assim...
Talvez eu caísse na tentação e mudasse algumas coisas...
Revirasse um sentimento revirado...
Mas que seria interessante, isso seria...
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Numa dessas revistas em quadrinhos baseadas nos personagens da Disney, o prof. Pardal inventa uma máquina do tempo e o espertíssimo Zé Carioca pede para testá-la. O gênio da invenção fica pasmo ao saber que o malandro papagaio só quer fazer uma "visitinha" na próxima segunda-feira e que tão-somente pretende comprar um jornal.
No desenrolar da história, Zé Carioca utiliza o jornal futurístico para saber o resultado da loteca e ganhar uma bolada em dinheiro.
Esperto ele, né?
Só que... sabe como são as revistinhas...
Zé Carioca não entende como pode ter feito apenas 12 pontos se copiou tudo certinho.
A resposta lhe salta aos olhos quando encontra o Peninha, sobrinho do Tio Patinhas, se lamentando por ter sido despedido do Jornal só porque cometeu um pequeno erro: "trocou um dos resultados da Loteria Esportiva."
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