segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A maçã



Composição: Raul Seixas / Paulo Coelho

Se esse amor
Ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor
Vai se gastar...
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Se eu te amo e tu me amas
Um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais...
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Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa num altar...
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Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais...
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Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar
O que é que eu quero
Se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar...
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Raul Seixas é bastante conhecido, mas a sua filosofia de vida e de amor, muitas vezes explícita nas canções, não é conhecida por todos. Na letra de "A maçã", composta em parceria com Paulo Coelho, basicamente é dito que quando você ama uma só pessoa, nunca poderá ser feliz. Que deveria amar a outras, porque o amor da forma como conhecemos é egoísta e priva as pessoas da verdadeira felicidade.
O amor monogâmico é baseado no ciúme e não no amor, ciúme que é só vaidade, na verdade. O sacrifício de libertar a pessoa amada é o maior ato de amor que se possa realizar.
Embora ache muito bonita esta filosofia, não consigo imaginar um relacionamento assim funcionar, devido às necessidades humanas, culturais e sociais que temos. Mas não deixa de ser uma visão interessante a se analisar...

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