segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Mulher_poema



Hoje
quero deitá-la suavemente
despi-la de frases feitas
que tanto lês em teus livros...
:.
Quero arrancar-te essas
estruturas vocabulares
esses surtos metafóricos
polimórficos
sintáticos
dicionarizados
cifrados
pormenorizados
metódicos...
:.
Hoje
quero torná-la uma poesia
de rima fácil
e final feliz...
Nada de palavras rebuscadas
febrilmente emaranhadas
seletamente misturadas
sabiamente intelectualizadas
:.
(Quem sabe
disfarçá-la
num mini-conto
de dois parágrafos
desses de aprendiz...
o que me diz?)
:.
Quero
copiar versos da minha mente
e tatuá-los na intimidade
da tua pele
docemente entremeados
com azuis intensos
brilhantemente pautados
com amarelos radiantes
elegantemente decorados
com verdes translúcidos
indecentemente pontuados
com vermelhos febris...
:.
Ao final,
minha musa
vou fazer a minha leitura
vou reconhecer-me
em teus vãos
pelos
meios
seios...
vou reler
cada frase
transformada
em verso
sem traumas
sem frescuras
sem rodeios
e dedicar
essa poesia_mulher
à personagem_tema
à mulher_ poema...
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