quarta-feira, 29 de abril de 2009

Fratura exposta



Massacrado
Despojado de sonhos
Temido
Medonho
Na cidade embandeirada
Espalhado
Indesejado
Mal olhado
Por quem passa ao lado
Calçado
Pela noite insone
Marcado
Na cama gelada
Calçada escarrada
O corpo encardido
Fedido
A alma vendida
Fodida
A fome escancarada
Vida amputada
Na barriga vazia
Sem pão
Sopa de ilusão
No resto que não presta
Revira o que resta
Na mão doente posta
Fratura exposta
Esmolas
Migalhas
Miséria imposta
Na dor que dói
Na solidão que destrói
No silêncio que corrói
Sem ter
Alguém
pra sentir um mau-olhado
Ninguém
pra ouvir um massacrado
:.....................................................................................:
Reflexões sobre o inconsciente (atemporal) e sua relação com o quotidiano (temporal)
Wander Motta e Lilibeth*, abril/2009
:.....................................................................................:

Nenhum comentário: